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Carta Aberta da Associação dos Analistas de Comércio Exterior

  • Writer: Diretoria de Comunicação
    Diretoria de Comunicação
  • Jul 18
  • 3 min read

Cenário Global em Transformação Exige Aumento da Capacidade de Resposta do Brasil no Comércio Exterior


Brasília, 18 de julho de 2025


O cenário internacional atual é marcado por tensões geopolíticas crescentes, disputas comerciais intensificadas e a adoção de medidas unilaterais que desafiam as regras do sistema multilateral de comércio. A recente ação dos Estados Unidos contra o Brasil, em flagrante violação dessas normas, é apenas um exemplo da complexidade e da volatilidade que caracterizam o ambiente global. Diante desse contexto, torna-se urgente fortalecer a capacidade de resposta do Estado brasileiro no comércio exterior, com agilidade, precisão técnica e coerência institucional — especialmente no âmbito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), órgão central da formulação e execução da política comercial do país.


A Carreira de Analista de Comércio Exterior (ACE), criada pela Lei nº 9.620, de 2 de abril de 1998, surgiu justamente para estruturar tecnicamente a atuação do Estado brasileiro após a criação da OMC. Desde então, os ACEs vêm desempenhando papel estratégico em diversas frentes da política comercial, contribuindo para a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas que impactam diretamente a inserção internacional do Brasil. 


Esses profissionais atuam em áreas cruciais como: 

  • Inteligência comercial, produzindo análises que orientam decisões estratégicas de governo e setor privado; 

  • Investigações de práticas desleais de comércio, como antidumping e subsídios, protegendo a indústria nacional; 

  • Defesa das exportações brasileiras contra barreiras injustificadas impostas por outros países; 

  • Gestão de instrumentos tarifários, assegurando que o Brasil utilize esses mecanismos de forma estratégica para responder a mudanças no cenário internacional; 

  • Negociações e disputas comerciais internacionais, assegurando o cumprimento das regras multilaterais; 

  • Propriedade intelectual, contribuindo para a formulação de políticas que integrem esse tema às estratégias comerciais do país, em consonância com os interesses nacionais e os desafios do cenário internacional; 

  • Financiamento e promoção das exportações, ampliando o acesso de empresas brasileiras ao mercado global; 

  • Integração entre cadeias produtivas nacionais e internacionais, com atuação voltada ao fortalecimento da competitividade industrial e à articulação de políticas que estimulem o adensamento, a sofisticação e a sustentabilidade das cadeias produtivas nacionais. 

  • Coordenação e implementação da Nova Indústria Brasil (NIB), política que orienta os investimentos estratégicos, impulsiona a neoindustrialização e promove o adensamento e a sustentabilidade das cadeias produtivas nacionais. 


Diante da crescente complexidade das agendas comerciais, financeiras, ambientais e tecnológicas, é essencial garantir que o Brasil disponha de um corpo técnico qualificado, estável e em número suficiente para atuar com excelência nos diversos fóruns internacionais e na formulação de políticas públicas eficazes. 


Por isso, manifestamos três pontos essenciais: 

  1. Autorização de nova turma para a carreira de ACE, com ao menos as 100 vagas já solicitadas pelo MDIC e por outros ministérios. A recomposição do quadro é urgente para atender à demanda crescente por políticas públicas de qualidade. 

  2. Definição legal das atribuições da carreira, fortalecendo sua identidade institucional e ampliando sua efetividade frente aos novos desafios. 

  3. Retomada da expressão “Comércio Exterior” na denominação do MDIC, como reconhecimento simbólico e estratégico da importância do tema para o desenvolvimento nacional. 


Fortalecer a carreira de Analista de Comércio Exterior é, portanto, fortalecer a capacidade do Brasil de atuar com agilidade, técnica e estratégia em um mundo em transformação. É garantir que o país esteja preparado para defender seus interesses, promover seu desenvolvimento e afirmar sua soberania no cenário internacional. 

 

 
 
 

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